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Coleta Mecanizada
 
 
 
 
Moradores da cidade, representantes da Prefeitura e especialista em Gestão de Políticas Públicas comentam o tema

No estado de São Paulo,

são geradas 56.626 toneladas de lixo por dia. Sendo que 17 mil correspondem à cidade de São Paulo.

 

Cada habitante do estado contribui em média com 1,393 kg diários de lixo. Desse total, 42.715 toneladas tem um destino inadequado.

 

 

Fonte: Info Exame (2013)

 

Na maioria dos bairros da cidade de São Paulo a coleta de lixo é feita por garis, mas isso está mudando...

 

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Opinião dos garis
 
 
 
 
ATERROS
Todos os dias
55.967 toneladas de lixo
são coletadas
no estado de São Paulo 
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"Eu acho que não vai ser muito legal, porque vai tirar o trabalho de muitas pessoas que precisam de serviço.

Não é viável não..

Vai virar bagunça. Com certeza, ninguém vai deixar [o lixo] organizado."

 

Júlio Cezar, motorista

"Não tô sabendo disso não. Nós vai perder o emprego?" Depois de esclarecido que, de acordo com a prefeitura, eles serão alocados em funções diferentes, o gari diz: "Então é legal. Nossas costas agradece! Mas e o lixo corrido, da rua, quem vai pegar?"

 

 

                Wagner, gari

Sistemas de coleta
 
 

Novas coletas não mudam o destino do lixo

Os novos sistemas de coleta de lixo na cidade de São Paulo podem tornar o recolhimento do lixo mais eficaz e poupar trabalhadores desta tarefa exaustiva, no entanto, pouco têm a ver com o destino que estes resíduos tem no final do processo. Seja na coleta tradicional, com caminhão e garis; na coleta mecanizada, que funciona com caçamba para alocar o lixo das residências e um caminhão que a esvazia sem a necessidade dos coletores; ou mesmo as caçambas subterrâneas, que têm capacidade para armazenar mais resíduos e enviam um sinal para a central quando precisam ser esvaziadas, o fim do que é recolhido é o aterro sanitário.

 

De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, 2014 é prazo final para eliminar os lixões do país, destinando os resíduos para locais com infraestrutura para não contaminar o solo e impedir o vazamento de gazes tóxicos na atmosfera. Estes locais, os aterros sanitários, têm manutenção finita e, quando não comportam mais os resíduos, são cobertos até que o terreno fique livre de contaminação.

 

Em São Paulo, a CTL (Central de Tratamento de Resíduos Leste), que fica na Estrada Sapopemba, recebe resíduos domiciliares recolhidos pela Ecourbis nas zonas leste e sul da cidade. Antes deste local, o lixo coletado era destinado ao aterro São João, também localizado na Estrada de Sapopemba. Como todo aterro, ele chegou ao seu limite e foi coberto. Da mesma forma, o aterro Bandeirantes, localizado em Perus, recebeu resíduos coletados pela Loga, nas zonas oeste e norte, até março de 2007. A partir desta data, os resíduos passaram a ser destinados ao Aterro Essencis, em Caieiras.


Essa alternativa de descarte, no entanto, vem sendo contestada. “A quantidade e o volume de descartáveis que hoje nós temos fez com que a gente saturasse os aterros em uma velocidade jamais vista. Estamos com um modelo que entra em colapso muito fácil”, diz a especialista em políticas públicas para resíduos sólidos, Sylmara lopes Gonçalves.

 

Aterros: Como fazer

 

De acordo com a Cetesb, o primeiro passo é a impermeabilização da base do aterro, o que evita o contato do chorume, líquido tóxico liberado na decomposição do lixo, com as águas subterrâneas. Além disso, é necessária a instalação de drenos de gás: canais de saída do gás do interior do aterro.

 

Também é preciso pensar no sistema de coleta de chorume: ele deve ser enviado a lagoas previamente preparadas com impermeabilização do seu contorno ou enviado para tanques de armazenamento. Mas não para por aí, esse líquido tóxico deve ser tratado antes de ser descartado no curso de um rio ou em uma lagoa. O tratamento pode ser feito no próprio local ou em locais apropriados, como Estações de Tratamento de Esgoto.


Para finalizar, ainda é preciso construir um sistema de escoamento da água da chuva em toda a extensão do aterro. Isso é feito para evitar que infiltrações gerem mais chorume ao entrar em contato com os resíduos.

 

Uma solução insustentável

 

Com todas estas exigências, o descarte do lixo em aterros se torna um processo considerado caro e não sustentável. A especialista Sylmara Gonçalves acredita esta deveria ser a última opção para o descarte de resíduos, já que além do alto custo, ocupa grandes extensões terra, o que é cada vez mais raro em metrópoles como São Paulo.


De acordo com a pesquisadora, a reciclagem é essencial para a redução dos resíduos destinados ao aterro e chama a atenção para a necessidade de investimentos na coleta seletiva para que isso se realize. “O correto é fazer com que esse resíduo volte a ter valor e volte a ser produto, então, a gente tem aí um ciclo mais virtuoso do que jogar no aterro”, afirma.

 

 

Reportagem multimídia por Angel Viveros, Marina Salles,

Marina Vieira Souza, Talita Nascimento e Tainá Shimoda. 

Descarte de lixo
 
 
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